Foto: quemdisse |
Alguns conceitos que outrora tínhamos como parte integrante do caráter do homem enquanto ser correto e civilizado ( no sentido de justo e ético ), atualmente encontram-se em desuso, ou inexistem por questões de exemplo que nos é dado.
A sociedade brasileira, principalmente (moro no Brasil, e tenho-o como exemplo, por isso vou falar dele) vive um processo de degeneração, seja ético, econômico, moral, entre outros que condiciona-nos a viver de maneira antiética dentro desta civilização.
Ontem, como 98% dos brasileiros, parei para abastecer o meu "clássico" carro (não gosto de chamá-lo de velho) que já estava no gargalo da reserva de combustível. Parei no posto, haviam apenas 2 carros a minha frente, e 2 frentistas. Um estava abastecendo o carro a minha frente e o outro efetuava a limpeza em uma das bombas fora da fila.
Este último viu a necessidade de não fazer-me esperar, (não que eu tenha reclamado ou algo do tipo) e deixou a sua limpeza na bomba e pediu para por "clássico" em posição para abastecer. Eu tinha naquele momento somente 15 reais (são os 15 que devem me salvar até o fim de semana, porque até agora não tenho mais). Quando ele me perguntou quantos litros, eu disse: "Fera, coloca 15 conto aí pra mim". Desenrolei o dinheiro e entreguei a ele.
Ele prontamente iniciou o processo de abastecimento destes pouco mais de 3 litros de gasolina. Terminou o abastecimento, e é aí que vem tudo aquilo que temos de valores enraizados em nossos corações e enquanto ser social. Ele entregou-me a chave e, também, os 15 reais que eu havia dado a ele. De algum modo ele fez alguma confusão em sua cabeça, seja acreditando ser troco, ou a falta de experiência, pois era um garoto de pouco mais de 19 anos acredito. De algum modo aquele dinheiro que eu tinha somente para os próximos dias voltou até a minha mão.
O frentista agradeceu-me e disse: "volte sempre!". Eu, com o dinheiro em mãos, pensei: "realmente preciso desta grana para segurar pelo menos mais uns dias porque ainda tem muito mês pra pouco dinheiro" Mas, assim como aconteceu no relato que fiz daquela senhora que dei carona um dia desses no post (A prática de sua Filosofia de Vida. Ela existe?) imediatamente o "Tico bateu no Teco" e pensei (com o dinheiro em mãos por volta de 20 segundos) "se eu ficar com essa grana vão descontar desse garoto e pode acontecer alguma coisa com ele!"
Foi quando chamei-o, ele já estava em outra atividade, veio em minha direção e eu disse a ele: "Fera, eu te dei os 15 reais, não precisava me devolver!" Ele abriu um sorriso preocupado, meio sem graça, e me disse: "pow meu chefe, valeu! Obrigado!" Não falei mais absolutamente nada. Eu poderia ter dito: "presta atenção no teu serviço!" ou coisas do tipo, mas não o fiz porque não sei que tipos de problemas aquele ser humano pode estar enfrentando para estar desatento ao seu trabalho. Não sabia, como não sei, que condições aquele garoto está trabalhando, ou o porque dele estar lá. Será realmente que ele queria estar lá, ou no banco de uma universidade? Isso veio em minha mente enquanto eu devolvia o dinheiro.
O que entendi como autorreflexão daquele momento é que (honestamente) pensei por meio segundo em não devolver aquele valor. E porque? As condições econômicas pelo qual passa o Brasil não nos permite desperdiçar dinheiro. Contudo, os valores passados por meus pais em minha educação falou mais alto.
Existe, dentre todas as degenerações que o Brasil passa, uma maior, a ética.
A honestidade passou a ser conceito para pessoas "bestas", pessoas que não sabem se aproveitar de uma situação para se dar bem. Se todo mundo faz, eu também vou fazer.
As escrúpulos de um ser humano não pode ser definido pelo que os outros fazem ou deixam de fazer. Os escrúpulos do homem não pode ser definido pelo que a sociedade, enquanto maioria, está fazendo, pois "a maioria é burra" já dizia àquele ditado.
Mirar-se em estruturas e valores que são defendidos na Câmara do Deputados em Brasília e no Senado, não é o que o povo brasileiro precisa.
Precisamos trazer a honestidade para dentro de nossa família. Nosso meio circundante é que nos fará pessoas melhores e com valores ético. Ensinar uma criança a honestidade é ensinar valores a uma geração também.
Ensinar ás nossas crianças que a educação não é somente informação e conteúdo e sim atos honestos, de pessoas de bem, de pessoas que buscam crescer na vida pessoal, espiritual e financeira sem passar por cima dos outros, ou prejudicar o ser humano à sua frente.
O exemplo dado pelos "representantes do povo" em Brasília não deve ser seguido por nenhum brasileiro que acredita no seu trabalho e crê num futuro correto para seus filhos e netos.
Ter uma correta visão da realidade é o que nos fará uma sociedade esclarecida e inconformada com as condições dadas para um povo que batalha para vencer.
Se você puder passar a honestidade a diante ( e eu sei que podes) compartilhe esse texto, ou ensine a seus filhos, conte este relato ou algum que você tenha vivenciado, o importante é mantermos vivo a chama da honestidade/ética neste eterno promissor país.
Magaiver Luiz
magaiverluiz.blogspot.com
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